A PERDA DA IDENTIDADE NOS RELACIONAMENTOS

perda da identidade no relacionamento

É comum que, quando uma pessoa inicia um novo relacionamento, dedique grande parte do seu tempo e energia à parceria, deixando para segundo plano seus próprios interesses, hobbies e até algumas amizades. Em alguns casos, a pessoa pode até mesmo mudar sua aparência e personalidade para agradar o parceiro(a), sendo essa uma das manifestações da paixão. Essa maneira de se relacionar pode representar o início de algo, com tendência a grandes conflitos e perda de sentido. No entanto, esses efeitos também podem ocorrer ao longo do relacionamento, muitas vezes camuflados pela rotina do casal.

Essas situações podem levar a pessoa a se distanciar dos amigos e familiares, o que pode torná-la mais vulnerável e dependente do parceiro ou parceira. Isso pode criar uma dinâmica de poder desequilibrada no relacionamento, onde a pessoa que perdeu sua identidade se torna cada vez mais dependente e submissa, mesmo que em alguns momentos esse papel de submissão se alterne.

No entanto, é possível manter a própria identidade e ainda assim ter um relacionamento saudável. Isso envolve ser honesto consigo mesmo e com o parceiro(a) sobre seus desejos e necessidades por meio do diálogo, manter seus próprios interesses e amizades, e buscar um equilíbrio entre a vida pessoal e o relacionamento.

Erich Fromm, em sua obra “A Arte de Amar”, discute a importância de amar a si mesmo e manter a própria individualidade para ter um relacionamento saudável. Ele afirma que a falta de amor próprio pode levar à dependência emocional do parceiro ou parceira e à perda da própria identidade. A socióloga Eva Illouz, em seu livro “Por que sofremos de amor”, destaca a influência das narrativas românticas da cultura popular na perda da própria identidade nos relacionamentos. Segundo ela, “a ideia de que o amor verdadeiro exige a completa fusão de duas pessoas pode levar alguém a abrir mão de sua própria individualidade em nome do amor”.

Por outro lado, o psicólogo John Bowlby, em sua teoria do apego, enfatiza a importância do desenvolvimento da identidade própria na infância para a formação de relacionamentos saudáveis na vida adulta. De acordo com ele, a perda da própria identidade nos relacionamentos pode ser uma manifestação de um apego inseguro ou ansioso.

Em resumo, é importante lembrar que a perda da própria identidade no relacionamento é um problema comum, mas pode ser evitada se a pessoa se mantiver fiel a si mesma e buscar um equilíbrio saudável entre sua vida pessoal e relacional. A reflexão sobre o tema pode ser valiosa para aqueles que desejam ter relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios em sua busca pela felicidade.

O projeto MAN oportuniza aos homens refletir sobre essa perda de identidade no relacionamento, que pode ocorrer com alguns homens, conforme relatos identificados nos grupos reflexivos. Dentre as dinâmicas trabalhadas, propomos uma retrospectiva individual em relação aos gostos e atividades, onde eles identificam muito do que era bom e foi deixado para trás.

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