Palavras têm poder, e nós somos responsáveis pelo aquilo que falamos. Uma palavra amiga, uma notícia boa, pode mudar a vida de alguém, assim como uma palavra maldita pode arruinar o dia de alguém, ou até mesmo a vida! Tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados pode não ser bom, pois as pessoas podem ter gostos diferentes. Por trás de todo comportamento há uma necessidade.
Precisamos de relações mais colaborativas, mais compassivas, mais autênticas e mais maduras. Estamos imersos em uma cultura que valoriza a violência, que valoriza a punição, e por isso nossa linguagem está impregnada de julgamentos. Mal sabemos falar sobre nossos sentimentos, mas sabemos muito bem apontar o que está errado no comportamento do outro. Sabemos muito bem criar um rótulo para o outro e nos relacionar com aquele rótulo. Desde criança, crescemos vendo desenhos em que o herói vai matar o vilão para salvar a cidade, então essa cultura da punição está muito impregnada.
Por isso, precisamos criar ambientes nos quais a colaboração possa aparecer, porque a colaboração é algo que dá sentido para nossa vida. Um dos princípios que norteia a Comunicação Não Violenta é que toda agressão é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida. Precisamos de colaboração, precisamos ser colaborativos, e precisamos começar a falar mais sobre o que é importante para nós, sobre o que precisamos. No entanto, ao fazer isso, ficamos em um lugar de vulnerabilidade, pois vamos parar de julgar os outros e começar a falar sobre nós mesmos. Mas é nesse lugar de vulnerabilidade que a verdadeira conexão, a verdadeira confiança, pode surgir.
Dito isso, vem a parte que talvez seja mais difícil, que é a empatia pelo outro. Quando alguém falar conosco de maneira atravessada, ao invés de nos ofendermos e reagirmos, vamos tentar compreender o que está por trás e entender a necessidade do outro naquele momento. Vamos tentar entender o que é importante para ele. Isso faz parte da Comunicação Não Violenta, faz parte da cultura da paz.
